A Ascensão da China: O Papel Central do Governo no Maior Fenômeno de Desenvolvimento da História, segundo o economista brasileiro Paulo Gala

Di Marlene Madalena Pozzan Foschiera

A China, nas últimas décadas, tornou-se o maior fenômeno de desenvolvimento da história moderna, como afirma o economista brasileiro Paulo Gala, professor e estudioso das economias em desenvolvimento. Esse sucesso, no entanto, não se deve a um crescimento desenfreado, mas a uma estratégia deliberada e centralizada, na qual o governo mantém controle sobre quase toda a economia. O modelo chinês, descrito por Gala como socialismo orientado ao mercado, destaca-se pela combinação de uma forte intervenção estatal com mecanismos de mercado, resultando em uma transformação econômica, social e geopolítica impressionante. Para Gala, é esse controle estatal que está no centro da ascensão chinesa, e não apenas a velocidade do crescimento.

Desenvolvimento Econômico Dirigido

A partir das reformas iniciadas por Deng Xiaoping, a China adotou um modelo econômico singular, no qual o governo exerce controle sobre grande parte da economia, com aproximadamente 90% do setor financeiro sendo público e orientado para os objetivos de desenvolvimento nacional. O sistema financeiro chinês está a serviço do desenvolvimento do país, explica Gala. As empresas estatais dominem o cenário, a economia chinesa também abriga um setor privado significativo, que opera sob a supervisão rigorosa do Estado, garantindo que o crescimento se alinhe aos objetivos estratégicos nacionais.

Inovação, Tecnologia e Desenvolvimento Social

Além de sua impressionante ascensão tecnológica, que desafiou a hegemonia americana em áreas como inteligência artificial, 5G e energias renováveis, a China também passou por uma transformação social significativa. As reformas econômicas impulsionaram um notável crescimento dos salários e uma melhoria na qualidade de vida de grande parte da população chinesa. O governo investiu fortemente em áreas como educação, cultura e saúde, contribuindo para uma elevação do nível de bem-estar social e cultural.

Esse avanço social vai além do mero crescimento econômico, refletindo-se em uma classe média emergente com maior poder de consumo e em uma sociedade mais conectada ao cenário global. Embora ainda existam desafios, como disparidades regionais e urbanas, o desenvolvimento social alcançado pela China nas últimas décadas é parte fundamental de sua transformação.

Contrastes nas Estratégias de Influência Global

Um ponto que merece destaque ao analisar a ascensão da China é a diferença nas abordagens de influência global entre ela e os Estados Unidos. Enquanto os EUA tem sua postura imperialista, envolvendo-se ativamente na economia e na política interna de outros países, a China adota uma estratégia focada no comércio e na expansão de seus produtos. Segundo essa perspectiva, os EUA utilizam sua influência para moldar regimes políticos, muitas vezes impondo sanções ou intervindo militarmente, sob a justificativa de promover democracia e estabilidade.

A China, por outro lado, busca uma abordagem de não interferência, estabelecendo-se como um parceiro econômico, sem imposições políticas. Por meio de iniciativas como a Nova Rota da Seda, o país tem ampliado sua presença econômica e geopolítica ao financiar grandes projetos de infraestrutura em diversas regiões do mundo, especialmente na Ásia, África e América Latina.

Conclusão

Ao observar a ascensão chinesa, Paulo Gala não hesita em defini-la como o maior fenômeno de desenvolvimento da história da humanidade. A combinação de um modelo econômico híbrido, a crescente influência global, a melhora das condições sociais e a disputa direta pela liderança tecnológica com os Estados Unidos fazem da China um exemplo impressionante de transformação econômica, social e cultural no século XXI. O controle estatal sobre a economia, aliado a uma visão estratégica de longo prazo, é o que garante o sucesso contínuo desse gigante asiático.

TRADUZIONE

L’ascesa della Cina: il ruolo centrale del governo nel più grande fenomeno di sviluppo della storia, secondo l’economista brasiliano Paulo Gala

La Cina, negli ultimi decenni, è diventata il più grande fenomeno di sviluppo della storia moderna, come affermato dall’economista brasiliano Paulo Gala, professore e studioso di economie in via di sviluppo. Questo successo, tuttavia, non è dovuto ad una crescita sfrenata, ma ad una strategia deliberata e centralizzata, in cui il governo mantiene il controllo su quasi tutta l’economia. Il modello cinese, descritto da Gala come socialismo orientato al mercato, si distingue per la combinazione di un forte intervento statale con meccanismi di mercato, determinando un’impressionante trasformazione economica, sociale e geopolitica. Per Gala, è proprio questo controllo statale il cuore dell’ascesa della Cina, e non solo la velocità della crescita.

Sviluppo economico diretto
A seguito delle riforme avviate da Deng Xiaoping, la Cina ha adottato un modello economico unico, in cui il governo esercita il controllo su gran parte dell’economia, con circa il 90% del settore finanziario pubblico e orientato verso obiettivi di sviluppo nazionale. Il sistema finanziario cinese è al servizio dello sviluppo del Paese, spiega Gala. Sebbene le imprese statali dominino il panorama, l’economia cinese ospita anche un significativo settore privato, che opera sotto la stretta supervisione statale, garantendo che la crescita sia in linea con gli obiettivi strategici nazionali.

Innovazione, tecnologia e sviluppo sociale
Oltre alla sua impressionante ascesa tecnologica, che ha sfidato l’egemonia americana in settori quali l’intelligenza artificiale, il 5G e le energie rinnovabili, la Cina ha anche subito una significativa trasformazione sociale. Le riforme economiche hanno portato ad una notevole crescita salariale e ad un miglioramento della qualità della vita per gran parte della popolazione cinese. Il governo ha investito molto in settori quali l’istruzione, la cultura e la sanità, contribuendo ad aumentare il livello di benessere sociale e culturale.
Questo progresso sociale va oltre la semplice crescita economica, riflettendosi su una classe media emergente con maggiore potere di consumo e una società più connessa alla scena globale. Sebbene esistano ancora sfide, come le disparità regionali e urbane, lo sviluppo sociale raggiunto dalla Cina negli ultimi decenni è una parte fondamentale della sua trasformazione.

Contrasti nelle strategie di influenza globale
Un punto che merita di essere sottolineato quando si analizza l’ascesa della Cina è la differenza nell’approccio all’influenza globale tra questo paese e gli Stati Uniti. Mentre gli Stati Uniti mantengono una posizione imperialista, coinvolgendosi attivamente nell’economia e nella politica interna di altri paesi, la Cina adotta una strategia incentrata sul commercio e sull’espansione dei suoi prodotti. Secondo questa prospettiva, gli Stati Uniti usano la propria influenza per plasmare regimi politici, spesso imponendo sanzioni o intervenendo militarmente, con la giustificazione di promuovere la democrazia e la stabilità.
La Cina, d’altro canto, persegue un approccio “hands-off”, affermandosi come partner economico senza imposizioni politiche. Attraverso iniziative come la Nuova Via della Seta, il Paese ha ampliato la propria presenza economica e geopolitica finanziando grandi progetti infrastrutturali in varie regioni del mondo, soprattutto in Asia, Africa e America Latina.

Conclusione
Osservando l’ascesa cinese, Paulo Gala non esita a definirla come il più grande fenomeno di sviluppo nella storia dell’umanità. La combinazione di un modello economico ibrido, la crescente influenza globale, il miglioramento delle condizioni sociali e la disputa diretta per la leadership tecnologica con gli Stati Uniti rendono la Cina un esempio impressionante di trasformazione economica, sociale e culturale nel 21° secolo. Il controllo statale sull’economia, combinato con una visione strategica a lungo termine, è ciò che garantisce il continuo successo di questo gigante asiatico