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17 Marzo 2025

Lo scenario politico e sociale nell’Argentina sotto Javier Milei: tensioni e contraddizioni

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Foto di Emiliano Lasalvia/AFP

Di Marlene Madalena Pozzan Foschiera

L’Argentina sta vivendo giorni di intense turbolenze e contraddizioni sotto il governo di Javier Milei, che ha recentemente assunto la presidenza promettendo una rottura radicale con il passato politico del Paese. Tuttavia, le azioni e le dichiarazioni del suo governo hanno rivelato uno scenario complesso, segnato da misure autoritarie, controversie ideologiche ed eventi simbolici che contrastano con la storia democratica e progressista del Paese.

  1. L’avanzata autoritaria: “Las fuerzas del cielo” e il flirt con il fascismo
    Il 19 novembre, i deputati socialisti Esteban Paulón e Mónica Fein hanno presentato una denuncia penale contro il gruppo “Las fuerzas del cielo”, sedicente “braccio armato” e “guardia pretoriana” del governo Milei. Questo movimento, che riecheggia le pratiche fasciste degli anni ’30, è stato lanciato il 16 novembre, suscitando preoccupazione tra i settori democratici e le organizzazioni per i diritti umani. La formazione di milizie ideologiche rappresenta un attacco frontale alla democrazia e alla convivenza pacifica nel Paese, consolidando una strategia intimidatoria tipica dei regimi autoritari
  2. Milei al G20: pragmatismo o contraddizione?
    Nonostante la sua iniziale retorica aggressiva e isolazionista, la partecipazione di Milei al G20 ha mostrato un sorprendente adattamento ai protocolli internazionali. Con un gesto inaspettato, il presidente argentino ha incontrato bilateralmente Xi Jinping, abbandonando momentaneamente il suo discorso anticomunista per cercare partenariati strategici con la Cina. L’incontro è stato richiesto dal Ministero degli Esteri argentino, riflettendo il pragmatismo economico che spesso contrasta con la sua retorica ideologica.
    Tuttavia, Milei non è stata priva di polemiche. Secondo il presidente colombiano Gustavo Petro, durante l’evento ci fu una discussione tra i due. Petro ha contrastato la visione individualista di Milei, sottolineando che il progresso dell’umanità dipende dalla cooperazione reciproca, evidenziando lo scontro ideologico tra progetti politici opposti in America Latina.
  3. L’offensiva contro l’Università Nazionale Madres di Plaza de Mayo
    Un altro episodio allarmante è stato il tentativo di delegittimare l’Università Nazionale Madres de Plaza de Mayo (UNMa). Il 19 novembre, il giudice federale Martina Forns ha sospeso una risoluzione del governo che ordinava una revisione del funzionamento dell’università, creata come parte dell’eredità storica delle Madri di Praça de Mayo. In risposta, il governo Milei ha tentato di distogliere l’attenzione pubblicizzando la presunta scoperta di “una sala da bowling clandestina” e di “un bunker politico” in un edificio associato all’università, accuse rapidamente confutate dalle autorità accademiche e dalla precedente amministrazione.
    Questa offensiva contro l’UNMa fa parte di un attacco più ampio ai diritti umani, compresa la chiusura dei centri di sostegno per migranti e rifugiati. La strategia sembra chiara: smantellare i simboli della memoria storica e della lotta per la giustizia sociale, pilastri importanti per la democrazia argentina.
  1. Celebrazione dei 75 anni di istruzione superiore gratuita
    In contrasto con la tensione politica, il 22 novembre 2024 ha segnato il 75° anniversario dello storico decreto di Juan Domingo Perón che ha eliminato le tasse dell’istruzione superiore in Argentina. Per celebrare questa data, le 62 università pubbliche del Paese hanno promosso la “Notte Universitaria”, con attività culturali, scientifiche e musicali, riaffermando l’impegno della società argentina per un’istruzione libera e inclusiva. L’evento non solo ha onorato l’eredità di Perón, ma è stato anche un atto di resistenza simbolica alle attuali minacce contro l’istruzione e i diritti sociali.
  2. Riflessione finale
  3. L’Argentina sta affrontando un momento decisivo. Sotto il governo di Javier Milei emergono forze che sfidano la democrazia e minacciano i diritti conquistati nel corso di decenni. Tuttavia, la società argentina ha mostrato una capacità di resistenza, sia nelle università, nei movimenti sociali o nello scontro ideologico internazionale. Il futuro del Paese dipenderà dalla forza di queste resistenze e dalla capacità delle forze democratiche di articolarsi di fronte all’avanzamento dei progetti autoritari. La memoria storica e la lotta per la giustizia sociale rimangono come fari in tempi di oscurità.
  4. Versione in lingua originale:
  5. O cenário político e social na Argentina sob Javier Milei: tensões e contradições
  6. A Argentina vive dias de intensa turbulência e contradições sob o governo de Javier Milei, que assumiu recentemente a presidência prometendo uma ruptura radical com o passado político do país. Entretanto, as ações e declarações de seu governo têm revelado um cenário complexo, marcado por medidas autoritárias, disputas ideológicas e eventos simbólicos que contrastam com a história democrática e progressista do país.
  7. 1. O avanço autoritário: “Las fuerzas del cielo” e o flerte com o fascismo
  8. No dia 19 de novembro, os deputados socialistas Esteban Paulón e Mónica Fein apresentaram uma denúncia penal contra o grupo “Las fuerzas del cielo”, autointitulado “braço armado” e “guarda pretoriana” do governo Milei. Este movimento, que ecoa práticas fascistas dos anos 1930, foi lançado em 16 de novembro, gerando preocupação entre setores democráticos e organizações de direitos humanos. A formação de milícias ideológicas representa um ataque frontal à democracia e à convivência pacífica no país, consolidando uma estratégia de intimidação típica de regimes autoritários.
  9. 2. Milei no G20: pragmatismo ou contradição?
  10. Apesar de sua retórica inicial agressiva e isolacionista, a participação de Milei no G20 mostrou uma surpreendente adaptação aos protocolos internacionais. Em um gesto inesperado, o presidente argentino reuniu-se bilateralmente com Xi Jinping, abandonando momentaneamente seu discurso anticomunista para buscar parcerias estratégicas com a China. A reunião foi solicitada pela chancelaria argentina, refletindo o pragmatismo econômico que muitas vezes contrasta com sua retórica ideológica.
  11. Entretanto, Milei não deixou de se envolver em controvérsias. Segundo o presidente colombiano Gustavo Petro, uma discussão ocorreu entre os dois durante o evento. Petro rebateu a visão individualista de Milei, destacando que o progresso da humanidade depende da cooperação mútua, evidenciando o embate ideológico entre projetos políticos opostos na América Latina.
  12. 3. A ofensiva contra a Universidade Nacional Madres de Plaza de Mayo
  13. Outro episódio alarmante foi a tentativa de deslegitimar a Universidade Nacional Madres de Plaza de Mayo (UNMa). No dia 19 de novembro, a juíza federal Martina Forns suspendeu uma resolução governamental que ordenava a revisão do funcionamento da universidade, criada como parte do legado histórico das Mães da Praça de Maio. Em resposta, o governo Milei tentou desviar a atenção ao divulgar uma suposta descoberta de “uma pista de boliche clandestina” e “um bunker político” em um edifício associado à universidade, acusações rapidamente desmentidas pelas autoridades acadêmicas e pela gestão anterior.
  14. Essa ofensiva contra a UNMa faz parte de um ataque mais amplo aos direitos humanos, incluindo o fechamento de centros de apoio a migrantes e refugiados. A estratégia parece clara: desmantelar símbolos de memória histórica e luta por justiça social, pilares importantes para a democracia argentina.
  15. 4. A comemoração dos 75 anos da gratuidade do ensino superior
  16. Em contraste com a tensão política, o dia 22 de novembro de 2024 marcou o 75º aniversário do decreto histórico de Juan Domingo Perón que eliminou as taxas do ensino superior na Argentina. Para celebrar esta data, as 62 universidades públicas do país promoveram a “Noite Universitária”, com atividades culturais, científicas e musicais, reafirmando o compromisso da sociedade argentina com a educação gratuita e inclusiva. O evento não só homenageou o legado de Perón, mas também se colocou como um ato de resistência simbólica às ameaças atuais contra a educação e os direitos sociais.
  17. Reflexão final
  18. A Argentina está diante de um momento decisivo. Sob o governo de Javier Milei, emergem forças que desafiam a democracia e ameaçam os direitos conquistados ao longo de décadas. Entretanto, a sociedade argentina tem mostrado capacidade de resistência, seja nas universidades, nos movimentos sociais ou no embate ideológico internacional. O futuro do país dependerá da força dessas resistências e da capacidade das forças democráticas de se articularem diante do avanço de projetos autoritários. A memória histórica e a luta por justiça social permanecem como faróis em tempos de escuridão.